19 de setembro de 2011

O Oráculo Responde

Deflorada Aflita diz:

     Querido Oráculo,
 
     Tenho 17 anos e estou em um relacionamento há 1 ano e meio. Recentemente, decidi que estava na hora de dar o próximo passo no meu relacionamento e tive a minha primeira relação sexual.
 
     O evento em si foi tudo bem, mas o problema é que eu acabei ficando grávida. Acho que ainda sou muito jovem para ser mãe e o meu namorado acabou de entrar na faculdade. Por isso, Oráculo, gostaria de saber se devo abortar.

     Me oriente, por favor, Oráculo!


O Oráculo responde:

     Querida Deflorada Aflita,
     O seu problema é, de fato, muito sério. O aborto é um tema com implicações filosóficas, religiosas e até criminais. Assim, discussões sobre o direito da mulher terminar a sua gravidez são sempre muito controversas. Alguns acreditam que o aborto é um ato homicida, enquanto outros defendem que a mulher tem o direito de decidir o que acontece com o seu corpo. Não queremos defender aqui um lado ou o outro. O que podemos fazer é expor os dois lados da questão para que você mesma possa chegar a uma decisão.

     Convenientemente, um dos membros da equipe do Oráculo é um consultor de análise de risco. Ele se mostrou profundamente interessado no seu problema e foi capaz de resumir algumas orientações para você. A primeira coisa que se deve fazer é analisar os prós e contras de se ter um filho. O nosso consultor já fez isso para você e criou a tabela abaixo para ajudá-la.


     É claro que essa tabela representa apenas uma pequena fração do que significa ter um filho. Existem muitos outros pontos contra, como, por exemplo, aquele que envolvem a gravidez em si: você vai ficar enorme e terá dificuldades para se locomover, seu namorado não vai mais achar você atraente, você terá uma criatura dentro de você absorvendo seus nutrientes (a página sobre “parasitismo” na Wikipédia traz algumas informações obre o tópico), você vai passar mais tempo no banheiro do que em qualquer outro cômodo e você terá violentas alterações de humor. Isso tudo, é claro, sem mencionar a dor excruciante do parto em si e o desconforto dos vários desconhecidos olhando para a sua vagina sendo desfigurada.

     É possível ainda fazer uma outra análise. Como você disse, você tem apenas 17 anos e não se sente preparada para ser mãe. Um argumento que se pode apresentar aqui é que, quando o bebê nascer, você se tornará uma mãe, instintivamente. Isso pode ser verdade, mas, por outro lado, o mesmo raciocínio pode ser aplicado à vida na prisão. As pessoas realmente são capazes de se adaptar às condições mais adversas, mas não é porque podemos que queremos.

     Se você gosta de pensar em possibilidades, existe ainda mais uma questão a ser pensada. Tendo um bebê agora, sim, você terá um filho (o que é um sonho de praticamente toda mulher), mas não poderá aproveitar a sua juventude; porém, se você não tiver o bebê, você poderá aproveitar a sua juventude e ter um bebê futuramente. No segundo caso, como você pode ver, você tem os dois benefícios.

     Sabemos que estamos expondo uma quantidade considerável de informação para você, querida Deflorada Aflita, e sabemos também que não é uma decisão fácil de ser tomada. Cabe a você refletir cuidadosamente sobre o assunto, discutir o problema com o seu namorado, com a sua família e amigos e, só então, decidir abortar. Como dissemos no começo, não cabe a nós tomar essa decisão por você. Podemos apenas orientá-la. Lembre-se apenas que, caso você decida ter o bebê, é importante não ficar pensando depois em como você jogou a sua vida fora.

     Bom aborto, Deflorada Aflita! Ou não...

O Oráculo falou.

5 de setembro de 2011

Minhas Férias - Nárnia

     Em um certo dia de inverno, estava eu abrindo o meu guarda-roupa para pegar uma blusa quando, de repente, percebi que existia toda uma vasta terra no fundo do móvel. Confesso que achei aquilo estranho, mas pensei comigo: "Quer saber?! Já que estou aqui, sem fazer nada, vou dar uma olhadinha". Assim, peguei um casaco bem grosso e parti armário adentro. Não sei se isso conta exatamente como "férias", mas, já que eu tinha uma foto de um cartão postal de lá, resolvi incluir aqui. =)

     O lugar é muito bonito. A neve, o chão todo branquinho e os eucaliptos deixam o terreno maravilhoso. O céu de inverno também tem um tom de azul que vale a pena ser visto. Se você tem medo de se perder em uma terra desconhecida, não se preocupe. Assim que cheguei, fui recebido por um leão, um tal de Aslan. Depois do meu pânico inicial de dar de cara com um leão, ele veio falar comigo. Fiquei supreso, não só por encontrar um leão falante em uma terra dentro do meu armário, mas também porque o leão tinha uma voz de fazer inveja. =D

     Portanto, se você gosta de frio e gosta de animais, esqueça Campos do Jordão e esqueça o zoológico. Vá para Nárnia!

     Abaixo está o cartão postal que enviei para o meu amigo Maurício Herriot. Ele é veterinário e achei que ele se interessaria por um lugar em que os seus pacientes podem falar.

(Clique na imagem para ampliar)