Johnny Overjoy

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O Meu Dicionário da Língua Portuguesa - Atualização

Aqui estão mais algumas entradas para O Meu Dicionário da Língua Portuguesa. Para ver a versão completa do dicionário, clique aqui. 

Aspiração - sf. (lat Aspiratione) 1 Conjunto de loucuras. 2 Grupo, geralmente grande, de insanidades.

     Ex. 1: Ela precisou ser internada em um hospital psiquiátrico porque ninguém conseguia mais lidar com aspiração dela.

     Ex. 2: Gostavam dele porque aspiração dele tinham um lado cômico.

Carneiro - sm. (lat Carnariu) 1 Pessoa que negocia carne. 2 Açougeiro.

     Ex. 1: Dorival era o mais conhecido carneiro da região.

     Ex. 2: Mesmo embora Luís viesse de uma longa tradição de carneiros, o que ele queria de verdade era ser médico.

Elo - pron. (lat Anellu) 1 Antiga forma do pronome pessoal "ele".

     Ex. 1: Cláudia e Antônio eram irmãos. Ela era professora enquanto que elo era geólogo.

Pernicioso - adj. (lat Perniciosu) 1 Característica daquilo que possui muitas pernas.

     Ex. 1: A centopéia é um animal pernicioso.

     Ex. 2: Uma cadeira tão perniciosa tem muitas chances de ficar bamba. 

Pressionar - vtd. (lat Pressione + ar) 1 Colocar preço. 2 Atribuir valor monetário.
     Ex. 1: É impossível pressionar algumas coisas na vida; para todas as outras, existe o cartão de crédito.

     Ex. 2: Paulo ficou encarregado de pressionar todas as novas mercadorias antes que elas fossem colocadas à venda.

Principal - adj. (lat Principale) 1 Referente ao príncipe. 2 Diz-se daquilo ou daquele que tem características de príncipe.

     Ex. 1: Durante a visita ao castelo, ela pôde tirar fotos do antigo quarto principal.

     Ex. 2: O príncipe Henry sempre diz que a vida principal não é tão fácil quanto parece. 

Sabão - sm. (lat Sapone) 1 Diz-se de pessoa que sabe de muitas coisas. 2 Característica, geralmente pejorativa, daquele que demonstra conhecimento sobre muitos assuntos.

     Ex. 1: João tem respostas para tudo. Ele se acha um verdadeiro sabão.

     Ex. 2: Os outros alunos tinham certa antipatia por ele porque ele era o sabão da classe.

Johnny Overjoy

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Johnny Overjoy

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O Oráculo Responde

Mulheromem Incerto diz:

     Querido Oráculo,

     Sou homossexual assumido e orgulhoso desde os meus 15 anos de idade. Desde então não escondo ou nego a minha sexualidade e, nos finais de semana, vou para as baladas usando roupas femininas e maquiagem. Sou até mesmo bem “bonita” e vários homens já me paqueraram achando que eu fosse mulher (na verdade, sempre elogiaram a minha beleza).

     Mas sinto que isso não é o suficiente para mim. Apesar de parecer uma mulher, não me sinto como uma completa. Quando me vejo sem roupas, a verdade nua e crua fica visível: eu ainda sou um homem. Sinto-me aprisionado em um corpo que não me pertence!

     Por isso pergunto, Oráculo: Devo fazer uma operação de mudança de sexo? É uma operação cara e, por isso, gostaria de receber o seu conselho antes de tomar qualquer atitude.

     Obrigado.


O Oráculo responde:

     Querido Mulheromem Incerto, a homossexualidade é, sem dúvida, um tema bastante complexo e delicado. Por sua vez, a transexualidade é um tema ainda mais difícil. Lembre-se que dispomos de um espaço limitado nessa coluna e, por isso, embora busquemos debater a fundo o seu problema, infelizmente não seremos capazes de discuti-lo com a profundidade merecida (não é nossa intenção fazer trocadilhos com a palavra “fundo” ou “profundidade”).

     No seu caso, o que você quer (ou está pensando em fazer) é uma vaginoplastia, processo em que a genitália masculina é “transformada” em feminina. Como você mesmo disse, é um procedimento um tanto dispendioso, mas a questão maior talvez não seja de caráter monetário. Lembre-se que, quando falamos de sexo (e, principalmente, de mudança de sexo), precisamos levar em conta fatores religiosos, psicológicos e sociais, entre outros (de fato, existem até mesmo questões legais que devem ser consideradas).

     Felizmente, um dos membros (sem a intenção de fazer piadas com a palavra “membro”) da equipe do Oráculo é um padre. Antes de responder a sua pergunta (e qualquer outra, na verdade), discutimos muito a questão sob o ponto de vista religioso. Segundo o nosso sacerdote, Deus deu ao homem o poder de fazer escolhas. Escolhas essas que afetam tanto o próprio indivíduo quanto os que o cercam. Você, como qualquer ser humano, tem o direito de escolher o que quer para a sua vida. Nada deixa Deus mais feliz do que uma pessoa poder dizer “Deus, você fez bobagem! Eu sou mulher e você me colocou em um corpo de homem! Tenha dó, sua besta! Me dá um bisturi que eu conserto a sua incompetência! E você ainda se chama de onisciente e onipotente... Que vergonha! Deus feio!” Hoje em dia temos os avanços científicos ao nosso lado para nos ajudar a retificar as trapalhadas de Deus. Faça uso deles então!

     Do ponto de vista social, acreditamos que pouco resta a ser dito. Você mesmo já disse que os homens o consideram uma “mulher bonita” na balada. Achamos que esse simples fato já fala por si próprio. Afinal, todos sabemos que nada é mais digno de confiança do que um elogio físico de um homem interessado sexualmente em você em uma balada, especialmente se considerarmos a iluminação precária, o barulho ensurdecedor impedindo que você se conheçam de forma mais profunda (novamente, sem trocadilhos) e a quantidade massiva de álcool que ele provavelmente ingeriu. Na verdade, são bastante comuns relatos de homossexuais e transexuais que dizem terem levado um cara da balada para casa e no dia seguinte acordar sozinho. Isso, naturalmente, acontece porque, depois de passada a influência do álcool e poder analisar a situação sobriamente, a pessoa sente tanto orgulho do que fez que não pode se conter e sai apressadamente, sem se despedir, para se vangloriar para os amigos (você sabe como são os homens). Portanto, socialmente falando, você não precisa se preocupar: na sociedade moderna, os transexuais são amplamente aceitos, invejados e, até mesmo, cobiçados.

     Existe ainda a questão da própria operação em si. Há uma abundância de informações sobre o assunto na internet e, se você já não fez isso, você deve se informar antes de fazer qualquer coisa. Sites muito bons podem ser encontrados sem dificuldades. Você pode ver como se dá a operação e tudo mais (existem até diagramas explicando como ocorre a cirurgia). Por coincidência, temos, no time do Oráculo, um cirurgião plástico especializado em vaginoplastia que nos orientou muito e esclareceu muitas dúvidas. A única recomendação que ele deu de forma realmente enfática foi essa: nunca, jamais, em hipótese alguma, descreva o que acontece em uma vaginoplastia porque, sinceramente, é repugnante. É uma forma rápida e eficaz de fazer os homens passarem mal. Só mesmo um carniceiro psicopata aceitaria fazer uma coisa dessas com outro ser humano.

     Portanto, como dissemos anteriormente, essa é uma questão complexa e, certamente, há muito mais a ser debatido. Nesse ponto, o nosso conselho é: informe-se e seja feliz. Se, para você, a felicidade vem através da mutilação do próprio pênis, faca nele!

O Oráculo falou.

Johnny Overjoy

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