21 de março de 2011

Alucinação de Humor Entrevista: Papai Noel

     Pouquíssimas pessoas aceitariam um emprego em que tivessem que trabalhar de graça, morar em um dos lugares mais inóspitos do planeta e, como se isso não fosse suficiente, trabalhar incansavelmente em plena noite de Natal. Esse, no entanto, é o trabalho do famoso Papai Noel.

     Acredite ou não, o bom velhinho, sempre com a sua inconfundível risada patenteada, concedeu uma entrevista exclusiva ao Alucinação de Humor. Leia abaixo um pequeno trecho da conversa. 


AH: Quando você percebeu que queria ser um empresário, fabricante de brinquedos?
NOEL: Isso não foi de um dia para o outro. Na verdade, eu não tinha planos de ter o meu próprio negócio inicialmente. Eu queria trabalhar em uma fábrica normal, para adquirir experiência. Mas fica muito difícil conseguir um emprego quando as pessoas não acreditam na sua existência. Participei de entrevistas em várias fábricas, como a Estrela, Hasbro, Grow, mas infelizmente, quando chegava ao quesito “existência não-mitológica”, eu sempre ficava atrás dos outros candidatos.

AH: E então você decidiu abrir a sua própria fábrica?
NOEL: Bom, como eu disse, não foi algo instantâneo. As inúmeras entrevistas estavam me deixando frustrado e fui percebendo que não conseguiria fazer com que as pessoas acreditassem que eu existia. Depois de um longo caminho, percebi que a minha única opção era mesmo abrir o meu próprio negócio.

AH: E por que o Pólo Norte?
NOEL: Também não é algo que foi a minha primeira opção. Conversei com muitos bancos e investidores em muitos países diferentes, mas as taxas, juros e impostos eram sempre exorbitantes e absolutamente proibitivos para um empresário iniciante como eu era na época. O único lugar acessível era o Pólo Norte. Também por motivos econômicos decidi empregar mão-de-obra duende (principalmente porque eles não têm um sindicato). Cheguei a considerar o Pólo Sul também, mas percebi que os ambientalistas seriam um grande problema, já que muitos deles estão sempre protegendo os pingüins.

AH: Muitos empresários hoje em dia afirmam que o seu modelo empresarial é inviável nos dias modernos. Segundo eles, distribuir produtos sem receber nada em troca é um modelo insustentável e fadado ao fracasso. O que você tem a dizer para essas pessoas?
NOEL: Essa é uma questão complexa. Talvez eles tenham razão. Para ser completamente sincero, toda essa coisa de distribuir brinquedos de graça se a criança se comportar bem começou com um erro de tradução. Pode parecer incrível, mas é isso mesmo [risos]. Tínhamos planos de comercializar produtos globalmente, então partimos logo com uma campanha de marketing em diversos países e, conseqüentemente, em diversos idiomas. O nosso slogan era “criança rica ganha presentes do Noel”. Não me lembro exatamente em que língua foi o problema (sueco, se não me engano muito), mas a palavra “rico” era muito parecida com a palavra “bom”, e foi aí que o nosso problema surgiu. O slogan foi traduzido como “criança boa ganha presentes do Noel”. Só descobrimos o erro depois que a campanha já tinha começado e que milhões já haviam sido gastos em propaganda. Para evitar processos de propaganda enganosa, decidimos que era melhor simplesmente seguir o slogan.


AH: Mas isso não seria um problema localizado apenas nesse país em que o slogan foi traduzido errado? Por que fazer isso globalmente?
NOEL: Foi o que pensamos inicialmente, mas depois percebemos que muitas crianças se mudavam para outros países e, assim, paravam de ganhar presentes. Quando recebemos uma carta de uma criança sueca que havia se mudado para a Argélia perguntando por que as crianças na Argélia não eram boas e não recebiam presentes, percebi que o problema não era mais restrito a um único país.

AH: Algumas vezes se fala na existência de uma Mamãe Noel. Você é mesmo casado?
NOEL: Ah, a Mamãe Noel [risos]. E você acha que alguma mulher vai querer morar em uma fábrica no Pólo Norte? [risos]. Isso tudo é um mito, que, provavelmente, começou quando contratei uma assistente pessoal. A minha AP freqüentemente me acompanha nas minhas viagens, mas não somos casados. Nossa relação é estritamente profissional. Não existe uma Mamãe Noel. Na verdade, é de se admirar que eu seja chamado de “Papai” Noel, já que eu também não tenho filhos.


Pingue-pongue 

AH: Algo importante para você.
NOEL: Aquecedor.

AH: Uma bebida.
NOEL: Coca-Cola.

AH: Gato ou cachorro?
NOEL: Rena.

AH: Prato favorito.
NOEL: Bife de rena.

AH: Algo que você gostaria de ter.
NOEL: Outra roupa.

AH: Um medo.
NOEL: Barbeadores.

AH: Uma esperança.
NOEL: Um ano sem crianças boas e um ano de folga.

AH: Uma palavra que o define.
NOEL: “Fictício”.

14 de março de 2011

O Meu Dicionário da Língua Portuguesa - Atualização

Aqui estão mais algumas entradas para O Meu Dicionário da Língua Portuguesa. Para ver a versão completa do dicionário, clique aqui.


Calamidade - vint. (lat Calamitate) 1 Corruptela das palavras "calar a minha idade". 2 Deixar de mencionar a própria idade.
     Ex. 1: Todos queriam saber quando anos eu faria aquele ano, mas eu decidi calamidade.
     Ex. 2: Calamidade parecia ser a melhor opção, já que eles poderiam me considerar muito jovem para o emprego. 

Diálogo - sm. (gr Diálogos) 1 Pessoa que estuda os dias. 2 Estudioso dos dias do mês ou da semana. 
     Ex. 1: Para conseguir o emprego na fábrica de calendários, era necessário ser um diálogo experiente.
     Ex. 2: Ele sabia que aquele ano era bissexto porque ele era um diálogo há vários anos.

Extraterreste - adj. (Extra + lat Terrestre) 1 Aquele que é excessivamente ligado à terra. 2 Pessoa que nunca sai do chão. 
     Ex. 1: Ele se recusava a viajar de avião ou navio. Explicou que era muito extraterrestre e que só viajaria de ônibus ou de carro.
     Ex. 2: Ela era tão absurdamente extraterrestre que não se sentia à vontade nem quando pulava alguns poucos centímetros.

Extrair - vtd. (lat Extrahere) 1 Parar de trair. 2 Cessar atividades de traição.
     Ex. 1: Ele teve uma amante no passado, mas já extraía a sua esposa há vários anos.
     Ex. 2: Ela não o aceitaria de volta mesmo que ele passasse a extraí-la.

Porcaria - sf. (lat Porcu + Aria) 1 Local de comércio de porcos. 2 Estabelecimento que vende suínos.
     Ex. 1: Ele tinha que passar na porcaria para preparar a ceia de natal.
     Ex. 2: Hoje em dia, muitas pequenas porcarias locais estão perdendo espaço para os grandes supermercados, que têm açougue, padaria e porcaria. 

Realçar - vtd. (Re + lat Altiare) 1 Colocar outra alça. 2 Fornecer uma alça substituta.
     Ex. 1: A sua maleta já era bastante velha e precisava ser realçada.
     Ex. 2: Sônia queria realçar a sua mala com uma alça mais moderna.

7 de março de 2011

Minhas Férias - Oz

     Não faz muito tempo que fui para a terra de Oz.

     Para ser sincero, não é um dos melhores lugares para se visitar. O lugar não tem transporte público, só existe uma estrada (em condições horríveis, aliás) e, de vez em quando, um gato com um sorriso estranhíssimo aparece e some do nada. Chegar até a terra de Oz também não é muito fácil. Você tem que correr atrás de um coelho e cair em um buraco enorme. É bem desconfortável...

     Oz é também um lugar meio perigoso. Qualquer coisa que você faça de errado, você pode perder a cabeça, literalmente! A Rainha de Copas é bem intolerante nesse sentido... =(

     O comércio local não é lá essas coisas. Tentei comprar um chapéu para levar de recordação, mas fui super mal atentido por um chapeleiro maluco e acabei voltando sem nada.

     Mas, se você é o tipo de pessoa que gosta de lugares exóticos, esse é o lugar! Nunca vi nada igual. Chega a ser psicodélico até! Outra coisa boa é que, para voltar para casa, é a coisa mais fácil do mundo: só precisa bater os calcanhares e dizer que não tem lugar como o lar. É praticamente instantâneo e parece que é bem seguro também.

     Abaixo está o cartão postal que eu mandei para o meu amigo Zeca, que trabalha com pavimentação de estradas e essas coisas. Achei que ele ia ficar interessado na tal Estrada de Tijolos Amarelos.

(Clique na imagem para ampliar)